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Revisão das 02h30min de 24 de novembro de 2020

DA FRANÇA AO JAPÃO
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Este mesmo navio, dias depois, tentou passar por entre os arrecifes que orlão a entrada do porto, e tal foi o sangue frio do seu commandante que, apezar de ser estreito e tortuoso o canal formado por aquelles obstaculos, conseguiu seu intento, sem que o navio soffresse a menor avaria.

Entretanto, no mesmo dia, um navio inglez que aventurou-se penetrar no tal labyrintho, para mostrar que a passagem era practicavel, perdeu-se completamente no meio do dédalo, sendo sua tripolação salva pelo mesmo navio japonez, cujo commandante era o causador involuntario de tal desastre.

Alguns dias depois do da passagem de Venus, fomos convidados pelo almirante japonez, em nome do ministro da marinha, para um banquete offerecido aos membros da commissão, e que teve lugar em um palacete do Estado, antiga residencia dos governadores de Nangasaki.

Depois de percorrermos, nos carrinhos japonezes, toda a cidade em sua maxima extensão, chegamos a um lindo palacete de forma chineza, onde fomos recebidos pelo amavel almirante e pelos officiaes do seu brilhante estado-maior. Alguns momentos depois eramos convidados a penetrar em um rico salão, decorado á europea, e no meio do qual achava-se servida a meza do banquete.

Desta vez podemos chegar as nossas cadeiras á mesa, e, menos preoccupados do que por occasião do festim, dado em Yedo, podemos saborear as bem preparadas iguarias e os velhos vinhos de diversas qualidades, que nos forão offerecidos.

Exceptuados os convidados, officiaes da marinha japoneza e os membros da commissão, nenhuma outra pessoa do sexo feio achava-se na sala do festim.

O serviço era feito pelas jovens e bellas japonezas, trajando suas vestes talares de vistosas côres, as quaes, em numero de vinte, não deixavão por um só instante vasios os muitos copos que se vião alinhados em frente de cada conviva.