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{{autores}}
<poem>
</poem>Vulnus
Com bons olhos, quem ama, em tôrno tudo vê,
Folga, estremece, ri, sonha repira e crê;
A crença doira e azula o círculo que o cinge;
Da voúlpia do bem o grau supremo atinge!
Eu também atingi êsse supremo grau:
Também fui bom e amei, hoje odeio e sou mau!
E as culpadas sois vós, visões encantadoras,
Virgínias desleais, desleais Eleonoras!
Minha alma juvenil, ígnea, meridional,
Num longo sôrvo hauriu o pérfido e letal
Filtro do vosso escuro e perigoso encanto!
A vossos pés rasguei tantos castelos ! Tanto
Sonho se desrdiçou ! Tanto luz se perdeu!...
Amei: nem uma só de vós me compreendeu!
Do Livro Poesias
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