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Edição atual desde as 23h02min de 6 de dezembro de 2020

Em 1498, descobriu, Vasco da Gama, a Índia já no feliz reinado do rei D. Manuel, um dos maiores reis que teve Portugal. Em 1500, descobriu, Pedro Alvares Cabral, o Brasil.

Depois desses descobrimentos, as conquistas e o comércio de Portugal tomaram proporções gigantescas; as suas armadas senhorearam os mares; e as Quinas Portuguesas foram levadas a China e ao Japão. Veneza que fazia, então, o comércio do Levante pelo Mediterrâneo, decaiu de seu antigo esplendor e grandeza, porque os portugueses abriram novo e mais largo caminho para o Oriente. Portugal foi por muito tempo, não obstante o seu acanhado território na Península, um dos Estados mais florescentes e poderosos da Europa. A literatura floresceu com a nação e a língua enriqueceu-se de cópia de novos termos ou de novos sinais de ideias.

Nos documentos da primeira parte do século XVI, nota-se o grande e rápido desenvolvimento que teve a língua em muito pouco tempo. Desses, os que se apresentam a nossa apreciação como principais, são:

A Crônica do rei D. João II, por Garcia de Resende.

As obras, de Gil Vicente.

A menina e Moça, de Bernardim Ribeiro.

As obras, de Francisco Sá de Miranda.

A linguagem destes escritos, já é um Português culto e superior a todos os respeitos a dos escritos do século anterior, nos quais ainda se nota rudeza de forma e pobreza de expressão.