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Edição atual desde as 14h03min de 11 de janeiro de 2021

lhe um dia o mais perfeito pince-nez político:

o Reis fez obra de mestre, um pince-nez, que por um dos vidros deixava ler as lições do passado e pelo outro os perigos do futuro; mas o pince-nez não achou nariz de ministro, em que se ajeitasse, e foi desprezado. — Mas então o Reis que é? é mágico?...

— Não sei; suponha que seja o diabo; o certo é que ele tem, e isso é o que mais lhe importa, o segredo de dar vista de águia aos míopes mais infelizes, aos míopes quase cegos.

— Por que meio, meu amigo?

— Por meio de vidros, e de cristais, cuja concavidade encerra sobrenatural magia; por meio de lunetas de força excepcional.

— E o governo esquece homem semelhante?... há ministro que não se apresse a comprar uma luneta dessas?...

O velho desatou a rir: perguntei-lhe qual era o motivo da sua hilaridade, e ele me respondeu assim:

— O senhor é sem o pensar, sem o querer, cruelmente epigramático: falei-lhe em luneta