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{{navegar
|autor=Álvares de Azevedo
|obra=Solidão
|seção=[[Lira dos Vinte Anos]] — [["Spleen" e charutos]]
|notas=
}}
<poem>
▲Nas nuvens cor de cinza do horizonte
▲A lua amarelada a face embuça;
▲Parece que tem frio, e no seu leito
Deitou, para dormir, a carapuça.
Ergueu
Sem xale, sem camisa e sem mantilha,
Vem nua e bela procurar amantes
- É
As nuvens são uns frades de joelhos,
Rezam adormecendo no oratório
Todos têm o capuz e bons narizes
E parecem sonhar o refeitório.
As árvores prateiam
Qual de uma fada os mágicos retiros
Coam dos lábios teus como suspiros!
Falando ao coração... que nota aérea
Deste céu, destas águas se desata?
Canta assim algum gênio adormecido
Das ondas mortas no lençol de prata?
É muda como sala mortuária
Deito
Ó lua, ó lua bela dos amores,
Se tu és moça e tens um peito amigo,
Não me deixes assim dormir solteiro,
À meia
</poem>
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