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{{navegar
|obra=[[Poemas Malditos]]
|autor=Álvares de Azevedo
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Poetas! amanhã ao meu cadáver▼
Minha tripa cortai mais sonorosa!...▼
O POETA MORIBUNDO
Façam dela uma corda e cantem nela▼
▲Poetas! amanhã ao meu cadáver
▲Façam dela uma corda, e cantem nela
Os amores da vida esperançosa!
Cantem esse
O aroma dos currais, o bezerrinho,
As aves que na sombra suspiravam,
E os sapos que cantavam no caminho!
Coração, por que tremes? Se esta lira
Nas minhas mãos sem força desafina,
Enquanto ao cemitério não te levam
Casa no marimbau a alma divina!
Eu morro qual nas mãos da cozinheira
O marreco piando na agonia . . .
Como o cisne de outrora... que gemendo
Entre os hinos de amor se enternecia.
Coração, por que tremes? Vejo a morte
Ali vem lazarenta e desdentada. ..
Que noiva!. . . E devo então dormir com ela?. ..
Se ela ao menos dormisse mascarada!
Que ruínas! que amor petrificado!
Tão antediluviano e gigantesco!
Ora, façam idéia que ternuras
Terá essa lagarta posta ao fresco!
Antes mil vezes que dormir com ela,
Que dessa fúria o gozo, amor eterno. . .
Se ali não há também amor de velha,
Dêem
No inferno estão suavíssimas belezas,
Cleópatras, Helenas, Eleonoras
Lá se namora em boa companhia,
Não pode haver inferno com Senhoras!
Se é verdade que os homens gozadores,
Amigos de no vinho ter consolos,
Foram com Satanás fazer colônia,
Antes lá que
Ora! e forcem um'alma qual a minha
Que no altar sacrifica ao Deus
A cantar ladainha eternamente
E por mil anos ajudar a
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