A Divina Comédia (Xavier Pinheiro)/grafia atualizada/Inferno/III: diferenças entre revisões
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|obra=[[A Divina Comédia]]
|author_override=por [[Autor:Dante Alighieri|Dante Alighieri]], tradução de [[Autor:José Pedro Xavier Pinheiro|José Pedro Xavier Pinheiro]]
|seção=[[A Divina Comédia/Inferno|Inferno]] — Canto III
|anterior=[[A Divina Comédia/Inferno/II|Canto II]]
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Estas palavras, em letreiro escuro,
Eu vi, por cima de uma porta escrito.
“Seu sentido”
Tornou Virgílio, no lugar perito:
Todo ignóbil sentir seja proscrito.
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A mente aquele horror me perturbando,
Disse a Virgílio:
“Quem são esses, que a dor está prostrando?”
“Deste mísero modo”
Quem viveu sem jamais ter merecido
Nem louvor, nem censura infamadora.
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De os ter consigo os maus se gloriaram”.
Que aos carpidos motivo dá tão forte?”
“Serei breve em dizer-to”
“Não lhes é dado nunca esperar morte;
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De um largo rio à margem dirigindo
A vista, de almas divisei cardume.
“Que turba é essa”
Tanto a passar a torna pressurosa,
Se bem discirno ao duvidoso lume?”
Tornou-me:
Darei, quando tivermos atingido
Do Aqueronte a ribeira temerosa”.
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Eis vejo a nós em barca se acercando,
De cãs coberto um velho
Ai de vós!
“O céu nunca vereis, desesperados:
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Como não lhe obedeço à voz esquiva,
“Por outra via irás”
“Ao porto, onde acharás fácil transporte;
Lá pássaras sem barca menos lenta”.
“Não te agastes, Caronte! Desta sorte
Se quer lá onde”
“Quem pode ordena. E nada mais te importe”.
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Mais turbas já no oposto se apinhavam.
“Aqui meu filho”
“concorrem quantos há colhido a morte,
De toda a terra, tendo a Deus irado.
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