A Divina Comédia (Xavier Pinheiro)/grafia atualizada/Inferno/VIII: diferenças entre revisões
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|obra=[[A Divina Comédia]]
|author_override=por [[Autor:Dante Alighieri|Dante Alighieri]], tradução de [[Autor:José Pedro Xavier Pinheiro|José Pedro Xavier Pinheiro]]
|seção=[[A Divina Comédia/Inferno|Inferno]] — Canto VIII
|anterior=[[A Divina Comédia/Inferno/VII|Canto VII]]
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|notas=Tradução de [[Autor:José Pedro Xavier Pinheiro|José Pedro Xavier Pinheiro]]
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''Flégias corre com a sua barca para os dois Poetas serem conduzidos, passando à lagoa, à cidade de Dite. No trajeto encontram a Filipe Argenti, florentino, que discute com Dante. Chegando às portas de Dite, os demônios não o querem deixar entrar. Virgílio, porém, diz a Dante que não lhe falte a coragem, pois vencerão a prova e que não há de estar longe quem os socorra.''
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E eu de todo o saber ao mar dizia:
Para acendê-los quem razão teria?”
Quem se aguarda já vês, se não te empece
A vista do paul o nevoeiro”.
Qual seta, que pelo ar veloz corresse
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A regê-lo um arrais distinguimos:
Em retumbante grita nós lhe ouvimos,
Disse-lhe o Mestre
Enquanto formos o paul passando.”
Como quem reconhece, e pesar sente,
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Enquanto assim corremos, eis me soa
De lutulenta sombra voz que exclama:
E tu quem és que imundo te hás tornado?”
E eu então:
Em dor, em pranto, espírito maldito!
Sei quem és, se bem stás desfigurado”.
Tendeu à barca as mãos aquele aflito,
Mas por Virgílio, que o repele presto
Abraçando-me então com ledo gesto
Me oscula e diz:
Quem tão altivo te gerou e honesto!
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Quantos reis, grandes na terrena vida,
Virão, quais cerdos, se atascar no lodo,
Fama de si deixando poluída!”
Vê-lo no ceno mergulhar profundo,
Antes de eu ter daqui saído em todo”.
Avistes, gozarás dessa alegria,
Verás penar o espírito iracundo”.
E logo ao pecador, como à porfia,
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Que ainda louvo a Deus, que o permitia.
Gritavam todos:
E a florentina sombra, se volvendo
Contra si, se mordia insanamente:
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Os olhos fitos para além e atendo.
E o bom Mestre me disse:
Stá perto Dite, de Satã cidade,
Que há povo infindo para o bem avaro”.
Mesquitas”
De flama, creio, pela intensidade”.
E o Mestre a mim:
Vermelhas, que lá dentro está lavrando
Como tens visto neste baixo inferno”.
Já nos profundos fossos penetrando
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Mas, após grande giro, hemos tocado
Na parte, onde o barqueiro com voz forte
À porta vi daqueles grã coorte
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“Este quem é que, antecipando a morte,
“Tem dos mortos no reino sido aceito?”
Meu sábio Mestre então lhes fez aceno
Para, em secreto, expor-lhe seu conceito.
Contendo um pouco às sanhas o veneno
Disseram:
Que neste reino entrou, de audácia pleno;
“Só deixe a empresa em que embarcou demente;
Tente-o, se sabe; ficarás no entanto;
Pois és seu guia à região nocente”.
Imagina, ó leitor, qual fosse o espanto
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No perigo iminente e atroz desgraça,
“Não me deixes”
E, se avante passar é defendido,
Ambos voltemos do lugar maldito!”
Quem tão longe me havia conduzido
O passo, que por Deus foi permitido.
“Aqui me espera e o ânimo prostrado
Fortalece e alimenta de esperança:
Não hás de ser no inferno abandonado”.
O doce pai se afasta e à porta avança.
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De olhos baixos, faltava-lhe a de outrora
Afouteza, e dizia suspirando:
“Quem me tolhe da dor a estância agora?”
E logo a minha alteração notando
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Pelos círc’los passando não guiado,
Abrir quem pode esta cidade ímpia”.
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<references />
[[Categoria:A Divina Comédia|Inferno, Canto 08]]
[[en:The Divine Comedy/Inferno/Canto VIII]]
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