É Tarde: diferenças entre revisões

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Linha 19:
<BR>O fogo-santo já no altar não arde.
<BR>Vestal! não venhas tropeçar nas piras...
<BR>
<BR>&nbsp;
<BR>É tarde! É muito tarde!
 
<BR>Treda noite! E minh'alma era o sacrário,
<BR>A lâmpada do amor velava entanto,
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<BR>A libertina, lúgubre bacante,
<BR>Lascivo olhar, a trança desgrenhada,
<BR>A roupa gotejante.
<BR>Foi minha crença-o vinho dessa orgia,
<BR>Foi minha vida- a chama que apagou-se,
<BR>
<BR>Foi minha mocidade -o toro lúbrico,
<BR>Minh'alma - o tredo alcouce.
 
<BR>E tu, visão do céu! Vens tateando
<BR>O abismo onde uma luz sequer não arde?
Linha 45:
<BR>Sabes? meu beijo te manchara os lábios
<BR>Num beijo profanado.
 
<BR>A flor do lírio de celeste alvura
<BR>Quer da lucíola o pudico afago...
<BR>
<BR>O cisne branco no arrufar das plumas
<BR>Quer o aljôfar do lago.
 
<BR>É tarde! A rola meiga do deserto
<BR>Faz o ninho na moita perfumada...
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<BR>Nas ruínas desta alma a raiva geme...
<BR>E cresce o cardo - a morte
 
<BR>Ciúme! dor! sarcasmo! - Aves da noite!
<BR>Vós povoais-me a solidão sombria,
 
<BR>Quando nas trevas a tormenta ulula
<BR>Um uivo de agonia!...
 
<BR>E tarde! Estrela-d'alva! o lago é turvo.
<BR>Dançam fogos no pântano sombrio.
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''([[Espumas Flutuantes]], 48)''
[[Categoria:Castro Alves]]