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|obra={{PAGENAME}}Jesuítas
|autor=Castro Alves
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[[Categoria:Castro Alves]]
{{d|''Ó mes frères, je viens vous apporter mon Dieu,''
[[Categoria:Poesia brasileira]]
''Je viens vous apporter ma tête!''
[[Autor:Victor Hugo|V. HUGO]] (''Chatiments'')}}
Quando o vento da Fé soprava Europa,
Como o tufão, que impele ao ar a tropa
Das águias, que pousavam no alcantil;
 
Do zimbório de Roma &mdash; a ventania
<BR>''Ó mes frères, je viens vous apporter mon Dieu,''
O bando dos Apost'los sacudia
<BR>''Je viens vous apporter ma tête!''
Aos cerros do Brasil.
<BR>[[Autor:Victor Hugo|V. HUGO]] (''Chatiments'')
Tempos idos! Extintos luzimentos!
<BR>&nbsp;
O pó da catequese aos quatro ventos
<BR>Quando o vento da Fé soprava Europa,
Revoava nos céus...
<BR>Como o tufão, que impele ao ar a tropa
<BR>Das águias, que pousavam no alcantil;
 
Floria após na Índia, ou na Tartária,
<BR>Do zimbório de Roma - a ventania
No Mississipi, no Peru, na Arábia
<BR>O bando dos Apost'los sacudia
Uma palmeira &mdash; Deus! &mdash;
<BR>Aos cerros do Brasil.
O navio maltês, do Lácio a vela,
<BR>Tempos idos! Extintos luzimentos!
A lusa nau, as quinas de Castela,
<BR>O pó da catequese aos quatro ventos
Do Holandês a galé
<BR>Revoava nos céus...
 
Levava sem saber ao mundo inteiro
<BR>Floria após na Índia, ou na Tartária,
Os vândalos sublimes do cordeiro,
<BR>No Mississipi, no Peru, na Arábia
Os átilas da fé.
<BR>Uma palmeira - Deus! -
Onde ia aquela nau? Ao Oriente.
<BR>O navio maltês, do Lácio a vela,
A outra? Ao pólo. A outra? Ao ocidente.
<BR>A lusa nau, as quinas de Castela,
Outra? Ao norte. Outra? Ao sul.
<BR>Do Holandês a galé
 
E o que buscava? A foca além no pólo;
<BR>Levava sem saber ao mundo inteiro
O âmbar, o cravo no indiano solo
<BR>Os vândalos sublimes do cordeiro,
Mulheres em 'Stambul.
<BR>Os átilas da fé.
Grandes homens! Apóstolos heróicos!...
<BR>Onde ia aquela nau? Ao Oriente.
Eles diziam mais do que os estóicos:
<BR>A outra? Ao pólo. A outra? Ao ocidente.
"Dor, &mdash; tu és um prazer!
<BR>Outra? Ao norte. Outra? Ao sul.
 
"Grelha, és um leito! Brasa, és uma gema!
<BR>E o que buscava? A foca além no pólo;
Cravo, és um cetro! Chama, um diadema
<BR>O âmbar, o cravo no indiano solo
Ó morte, és o viver!"
<BR>Mulheres em 'Stambul.
Outras vezes no eterno itinerário
<BR>Grandes homens! Apóstolos heróicos!...
O sol, que vira um dia no Calvário
<BR>Eles diziam mais do que os estóicos:
Do Cristo a santa cruz,
<BR>"Dor, - tu és um prazer!
 
Enfiava de vir achar nos Andes
<BR>"Grelha, és um leito! Brasa, és uma gema!
A mesma cruz, abrindo os braços grandes
<BR>Cravo, és um cetro! Chama, um diadema
Aos índios rubros, nus.
<BR>Ó morte, és o viver!"
<BR>Outras vezes no eterno itinerário
<BR>OEram sol,eles que virao umverbo diado no CalvárioMessias
Pregavam desde o vale às serranias,
<BR>Do Cristo a santa cruz,
 
Do pólo ao Equador...
<BR>Enfiava de vir achar nos Andes
E o Niagara ia contar aos mares...
<BR>A mesma cruz, abrindo os braços grandes
E o Chimborazo arremessava aos ares
<BR>Aos índios rubros, nus.
O nome do Senhor!...
<BR>&nbsp;
</poem>
<BR>Eram eles que o verbo do Messias
<BR>Pregavam desde o vale às serranias,
 
[[Categoria:Castro Alves]]
<BR>Do pólo ao Equador...
[[Categoria:Espumas Flutuantes]]
<BR>E o Niagara ia contar aos mares...
[[Categoria:Poesia brasileira]]
<BR>E o Chimborazo arremessava aos ares
[[Categoria:Romantismo brasileiro]]
<BR>O nome do Senhor!...
 
 
''([[Espumas Flutuantes]], 22)''