Através do Brasil/VIII: diferenças entre revisões

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Agora, os viajantes, depois de subir uma pequena ladeira, chegaram a um tabuleiro alto, plano, extenso, por onde a estrada se estendia quase em linha reta. A subida fora por um terreno áspero, avermelhado, semeado de pedrinhas brancas, alisadas e redondas, como as que forram o leito dos rios. De distância em distância, via-se uma moita mais elevada, um capão de mato, algumas árvores secas: tudo mais era capim rasteiro, enfezado, de folhas duras e peludas. Os animais marchavam num passo seguro e igual; e o bater das suas ferraduras no chão duro produzia um ruído cadenciado.
 
Iam calados os três viajantes. Benvindo esticava o pescoço, e olhava para a frente, como quem quer descobrir alguma cousacoisa. Alfredo, entretido, contemplava o campo, e o céu coberto de nuvens vermelhas. Carlos, pensando sempre na moléstia do pai, ia concentrado e apreensivo.
 
Foi o camarada quem, de repente, rompeu o silêncio:
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Todos responderam, em coro, cantando a mesma trova. A crioula cantava, dançava, dentro da roda, sapateando, com um passinho miúdo, acompanhando o ritmo da música, dando voltas e reviravoltas e castanholando com os dedos. Quando ela acabava de cantar uma trova, o coro a repetia. Depois a dançarina aproximou-se de um dos parceiros da roda, dançando sempre, chamando-o, vindo os dois dançar no centro do círculo, um defronte do outro, - e retirou-se, cedendo o lugar a outra pessoa.
 
- Bem! - disse Carlos. - Já vimos bastante. Vamos dormir, Alfredo, que devemos partir cedinho...