Eurico, o Presbítero/Prólogo: diferenças entre revisões

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A história das agonias íntimas geradas pela luta desta situação excepcional do clero com as tendências naturais do homem seria bem dorolosa e variada, se as fases do coração tivessem os seus anais como os têm as gerações e os povos. A obra da lógica potente da imaginação que cria o romance seria bem grosseira e fria comparada com a terrível realidade histórica de uma alma devorada pela solidão do sacerdócio.
 
Essa crônica de amarguras procurei‑a já pelos mosteiros quando eles desabavam no meio das nossas transformações políticas. Era um buscar insensato. Nem nos códices iluminados da Idade Média, nem nos pálidos pergaminhos dos arquivos monásticos estava ela. Debaixo das lájeas que cobriam os sepulcros claustrais havia, por certo, muitos que a sabiam; mas as sepulturas dos monges achei‑as mudas. Alguns fragmentos avulsos que nas minhas indagações encontrei eram apenas frases soltas e obscuras da história que eu buscava debalde; debalde, porque à pobre vítima, quer voluntária, quer forçada ao sacrifício, não era lícito o gemer, nem dizer aos vindoruros: — "Sabei quanto eu padeci!"
 
E, por isso mesmo que sobre ela pesava o mistério, a imaginação vinha aí para suprir a história. Da idéia do celibato religioso, das suas conseqüências forçosas e dos raros vestígios que destas achei nas tradições monásticas nasceu o presente livro.
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O Monge de Cister, que deve seguir‑se a Eurico, teve, proxima­mente, a mesma origem.
 
{{d|Ajuda — novembro de 1843.}}
 
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