Chegando ao Rio, Jorge teve notícia de que Luís Garcia estava enfermo. Não contava com o incidente, que o pôs em grande perplexidade. Não queria visitá-lo, e mal poderia deixar de o fazer. Luís Garcia fora prezado de seu pai; ele próprio lhe tinha estima e consideração: motivos bastantes a aconselhar o desempenho de um dever de cortesia. Mas, por outro lado, ir a Santa Teresa era arriscar-se à suspeita de Estela. Jorge vacilou durante dois longos dias. Certo, ele sentia algum alvoroço, com a idéia de a ver; idéia que, se buscou rejeitar do espírito, lá ficou latente e dissimulada. Mas a razão que confessava a si próprio era a da conveniência.

Venceu a hesitação e foi a Santa Teresa, na tarde do terceiro dia. A casa não era já a mesma; tinha dimensões um pouco maiores que a outra. Era nova, ladeada de verdura, com as telhas ainda da primeira cor. Havia duas entradas, uma para a sala, ficando a porta entre quatro janelas, outra para o jardim, e era uma porta de grade de ferro, aberta no centro de um pequeno muro, por cima do qual vinha debruçar-se a verdura de uma trepadeira. Aí achou Raimundo, mais velho do que o deixara, mas não menos forte. Raimundo conheceu-o, apesar de queimado do sol. Abriu-lhe a porta; acompanhou-o alegremente ao fundo do jardim.

— Meu senhor vai ficar muito contente, dizia ele fazendo-o entrar.

— Está melhor?

— Está, sim, senhor. Olhe, está ali.

Raimundo apontou para um grupo de pequenas árvores, através de cuja ramagem se descobriam vestidos de mulher. Jorge sentiu coar-lhe pelas veias uma onda de frio. Mas passou depressa; e deu o primeiro passo tão firme, como diante das legiões de López.

— Quem é, Raimundo? cantou uma voz desconhecida, no meio das árvores.

Jorge viu aparecer uma moça, que representava ter dezoito anos e não contava mais de dezesseis; reconheceu a filha de Luís Garcia. Ela não o reconheceu logo; os trabalhos da guerra tinham-no mudado. Demais, nas poucas vezes que o vira não lhe havia prestado muita atenção. Jorge foi conduzido até a cadeira onde se achava estirado Luís Garcia, entre outras duas, uma com um trabalho de agulha em cima, outra com um livro aberto. Luís Garcia recebeu-o com satisfação e cordialidade; Jorge explicou a demora da vista pelo fato de estar ausente. A explicação era uma cortesia nova; Luís Garcia agradeceu-lha.

— Estive muito prostrado, disse ele; não sei mesmo se cheguei às portas da morte. Agora estou quase bom.

Jorge sentara-se de um lado do convalescente, enquanto Iaiá, do outro lado, brincava com os cabelos do pai ou lhe apertava uma das mãos. Luís Garcia contou as peripécias da doença e exaltou a dedicação da família; Jorge falou pouco, já por evitar trair a comoção que sentia ao penetrar naquela casa, já por não prolongar a visita e podê-la terminar no primeiro intervalo de silêncio. No fim de quinze minutos levantou-se.

— Espere um pouco, disse o convalescente. Iaiá, vai chamar tua madrasta.

Iaiá levantou-se para obedecer à ordem do pai; mas no momento em que ia pousar nos joelhos deste o livro que tinha no regaço, ouviu-se um passo na areia e logo depois esta súbita palavra:

— Pronto!

Era Estela. O sobressalto de Jorge, por mais imperceptível que fosse, não escapou a Iaiá, e fê-la sorrir à socapa; atribuiu-o ao susto. Estela apareceu; mas, porque já sabia da presença de Jorge, pôde encará-lo sem nenhuma aparente comoção. Houve certa hesitação entre um e outro, mas foi curta. A moça, inclinou-se levemente e estendeu-lhe a mão. Jorge apertou-lha.

— Ainda não tinha tido a satisfação de a ver depois de minha volta do Paraguai, disse ele.

— É verdade, respondeu a moça; vivemos muito retirados.

Estela chegou-se ao marido, afastando-se Jorge para deixá-la passar. — Pronto, repetia ela. Trazia-lhe um copo de geléia. Enquanto Luís Garcia tomava a refeição de convalescente, Estela ficou de pé, ao lado dele; depois sentou-se e dirigiu a palavra ao filho de Valéria. Naturalmente falou-lhe da campanha Ele respondeu sem afetação, e com tranqüilidade.

— Já tive ocasião de lhe dizer que foi um dos heróis, interveio Luís Garcia, olhando para a mulher; mas o Dr. Jorge teima em escurecer os seus próprios serviços. Iaiá não é a mesma coisa.

— Sim? perguntou Jorge.

— É verdade; durante toda a campanha matou pelo menos metade do exército paraguaio.

Iaiá lançou ao pai um olhar de graciosa censura.

— Não precisa corar, disse Jorge; era uma maneira de ser patriota; mas creia que havia menos perigo em matar o inimigo cá de longe.

— O senhor matou algum? perguntou Iaiá no fim de um instante.

— Provavelmente. Na guerra é preciso matar ou morrer. Não me importava morrer; mas há ocasiões em que o mais indiferente é um herói. Eu fiz o que pude.

Como a tarde começasse a escurecer, Estela disse ao marido que era tempo de recolher-se a casa. Ergueu-se para lhe dar o braço; Jorge porém apressou-se a substituí-la. Estela foi adiante, e quando Jorge entrou na sala com o convalescente, ela preparava a cadeira em que este devia sentar-se, uma larga e extensa cadeira de vime. Luís Garcia esperou alguns instantes, enquanto a mulher colocava as almofadas, resvalando serenamente de um lado para outro.

Durante essa curta espera, Jorge olhava para a moça, e era a primeira vez que o fazia mais detidamente. Pouca era a diferença entre a Estela de 1867 e a de 1871. Tinha o mesmo rosto pálido e os mesmos olhos severos. As feições não haviam mudado; o busto conservava a graça antiga; estava só um pouco mais cheio, diferença que não destoava da estatura, que era alta. Esta era a pessoa física. Moralmente devia ser a mesma; mas que contraste na situação! Assim, — mulher que o levara a servir por quatro anos uma campanha árdua e porfiosa, e cuja imagem não esquecera no centro do perigo, essa mulher estava ali diante dele, ao pé do outro, feliz, serena, dedicada, como uma esposa bíblica. A comparação doeu-lhe; mas o coração começava a repetir-lhe juvenilmente as mesmas horas que já havia batido. Para refreá-lo, Jorge despediu-se dez minutos depois.

— Já! exclamou Luís Garcia. Foi visita de médico. Agradeço-lhe, entretanto, a atenção. Esta casa é sua; sabe que todos nós o estimamos.

Jorge seguiu para casa, contente e arrependido da visita que acabava de fazer. Gastou as primeiras horas da noite a folhear dez ou doze tomos, lendo a trancos duas ou três páginas de cada um; quando os olhos estavam mais atentos na página aberta, o espírito saía pé ante pé e deitava a correr pela infinita campanha dos sonhos vagos. Voltava de quando em quando; e os olhos, que haviam chegado mecanicamente ao fim da página, tornavam ao princípio, a reatar o fio da atenção. Como se a culpa fosse do livro, trocava-o por outro, e ia da filosofia à história, da crítica à poesia, saltando de uma língua a outra, e de um século a outro século, sem outra lei mais que o acaso.

O clarão da seguinte manhã dissipou uma parte dos cuidados da noite. O primeiro alvoroço tinha passado. Jorge disse a si mesmo que bastava ser homem, esquecer o incidente da véspera, e arredar para sempre a possibilidade de outros. Não repetiria a visita a Luís Garcia; e provavelmente não os veria nunca mais. Na rua do Ouvidor encontrou Procópio Dias, que lhe disse à queima-roupa:

— Entrei meia hora depois do senhor sair.

— Onde?

— Em Santa Teresa. Se se demora meia hora mais, encontrava-o e poderíamos ter descido juntos. Conhece há muito tempo o Luís Garcia?

— Desde muito moço.

— Também eu; mas não o via há dez anos. Está o mesmo homem; está melhor, porque casou com uma mulher bonita. Que gente é aquela?

— A mulher foi educada por minha mãe.

— Vê-se que sim. Oh! falamos muito do senhor.

— Sim? perguntou vivamente Jorge.

Procópio Dias olhou fixamente um instante; depois riu com a testa.

— Muito, repetiu ele; eu e o Luís Garcia travamos um duelo de louvores, e se não há nisso vaidade creio que o venci; naturalmente porque sou mais expansivo do que ele. Na verdade, ele é seco, mas o pouco que disse, disse-o com sinceridade. Parece estimar-se muito aquela família.

Procópio Dias tornou a falar-lhe de Santa Teresa, na noite do dia seguinte, em uma casa onde jantaram juntos. Falou-lhe primeiramente em particular, depois diante de outros. A dona da casa, que era uma Diana caçadora de boatos e novidades, farejou algum mistério entre as rugas da testa de Procópio Dias, e dobrando as pontas do arco disparou sutilmente um flecha que ninguém viu, mas foi enterrar-se no coração de Jorge. Este fez boa cara ao tiro, mas lá dentro sangrou um pouco de irritação e medo. Sentia no fundo da consciência o calor de um sentimento honesto, e contudo a opinião tendia a apoderar-se dele e a desvassar-lhe as cinzas do passado; cinzas frias ou mornas, é o que ele não podia ainda discernir. Confiado em si mesmo Jorge tremia diante da opinião, — a opinião do epigrama e da anedota, que começava a sacudir o seu riso escarninho e cru.

Inquieto e aborrecido, saiu dali pouco depois de jantar. O gracejo da dona da casa continuava a zumbir-lhe ao ouvido, ao mesmo tempo que a figura de Estela lhe surgia aos olhos, com o seu aspecto do costume. Já entrado na rua dos Inválidos, Jorge desandou o caminho e foi direto a um teatro, com o fim de aturdir-se e esquecer mais depressa. Eram nove horas e meia; assistiu a um resto de drama, que lhe pareceu jovial, e a uma comédia inteira, que lhe pareceu lúgubre. Não obstante, arejou o espírito dos cuidados da noite, e caminhou para casa mais leve e desassombrado. Era uma hora quando chegou; o criado entregou-lhe uma carta.

— A pessoa que trouxe esta carta disse que era urgente.

Jorge recebeu-a, sem conhecer a letra do sobrescrito. Era letra de mulher. Abriu-a sem pressa, mas não sem curiosidade. Não era longa; dizia simplesmente isto: — "Ilmo. Sr. Doutor. Papai está muito mal; pede-lhe o favor de vir a nossa casa. — Lina Garcia."

— A que horas veio esta carta? perguntou ele ao criado.

— Às sete.

Jorge fez um gesto de enfado e mandou buscar um tílburi. Daí a uma hora parava à porta de Luís Garcia. Era tudo silêncio. Jorge deteve-se alguns instantes, incerto sobre o que convinha fazer. O perigo, se perigo houve, podia ter passado, e toda a família estaria em repouso. Espreitou pela porta do jardim, e viu uma claridade frouxa, através de uma veneziana. Logo depois ouviu passos na areia. Era o Sr. Antunes que sentira parar o tílburi.

— Meu genro está mal, disse o pai de Estela; teve esta manhã uma recaída e perto das oito horas cuidamos perdê-lo.

Jorge entrou.

Luís Garcia estava prostrado; a febre ardia-lhe sinistramente nos olhos. De um lado e de outro do leito, viam-se a mulher e a filha, aparentemente quietas, mas gastando toda a força moral em suster a angústia que ameaçava fazer-se em lágrimas.

— Que tem? perguntou Jorge aproximando-se do enfermo.

— Uma febrinha importuna, respondeu ele.

A um sinal, Estela e Iaiá retiraram-se da alcova, onde só ficou Jorge.

Mandando chamar o moço, Luís Garcia punha em execução um pensamento que lhe brotara no calor da febre. Ouviu do médico algumas palavras que lhe fizeram supor a probabilidade da morte; e, não tendo amigos nem parentes, e não querendo confiar a mulher e a filha ao sogro, lançou mão da pessoa que lhe pareceu ter a sisudez bastante e a influência necessária para as dirigir e proteger.

— Seu pai foi amigo de meu pai, disse ele; eu fui amigo de sua família; devo-lhe obséquios apreciáveis. Se eu morrer, minha mulher e minha filha ficam amparadas da fortuna, porque o dote de uma servirá para ambas, que se estimam muito; mas ficam sem mim. É verdade que meu sogro, mas... mas meu sogro tem outras ocupações, está velho, pode faltar-lhes de repente. Quisera pedir-lhe que as protegesse e guiasse; que fosse um como tutor moral das duas. Não é que lhes falte juízo; mas duas senhoras sozinhas precisam de conselhos... e eu... desculpe-me se sou indiscreto. Promete?

Jorge prometeu tudo, com o fim de o tranqüilizar, porque Luís Garcia parecia excessivamente aflito com a idéia daquela eterna separação. O pedido afigurou-se-lhe singular; atribuiu-o à exaltação febril do doente. Soube depois que a vida de Luís Garcia dependia da primeira crise que fizesse a enfermidade, segundo havia declarado o médico.

Eram quase quatro horas quando Jorge de lá saiu. Voltou às nove e achou o médico. A crise era esperada na tarde desse dia, e só então se poderia dizer se a vida do enfermo estava perdida ou salva. Foi o que o médico lhe repetiu, à porta do jardim, aonde Jorge o foi acompanhar.

— Não obstante, concluiu o médico, ele tem outra doença que o deve matar dentro de alguns meses, um ano ou ano e meio.

— Coração?

— Justamente.

Esta notícia impressionou o moço.

— Não será ilusão da medicina? perguntou ele.

O médico abanou a cabeça, e saiu. Jorge encaminhou-se para casa, mas teria dado apenas três passos, quando viu Estela que vinha ao seu encontro. A moça parou diante dele.

— Que lhe disse o médico? perguntou.

— Tem esperanças; logo de tarde poderá afiançar mais alguma coisa.

— Só isso?

— Só.

— Não o desenganou?

— Não.

Estela refletiu um instante.

— Dê-me sua palavra, disse ela.

Jorge estendeu-lhe a mão, sobre a qual Estela deixou cair a sua, não menos fria que pálida.

— Sou amigo de seu marido, disse Jorge depois de alguns instantes; creia que ele pode contar com toda a minha dedicação.

Estela pareceu acordar do momentâneo torpor; atentou no moço, retirou a mão e respondeu com um simples gesto de assentimento. A alma subjugada tornara à natural atitude. Jorge viu-a entrar em casa e ficou só alguns minutos, a recordar a revelação do médico, e a sentir que, ao pé da tristeza que o pungia, havia alguma coisa semelhante a um sentimento egoísta e cruel.

Entre a esperança e receio gotejaram algumas horas longas, até que a crise veio e passou, sem levar consigo a vida ameaçada. Na manhã seguinte a alegria foi tamanha em redor do enfermo, que ele viu claramente o perigo e a salvação. Nem a filha nem a mulher pareciam alquebradas do trabalho e da vigília; estavam frescas, risonhas, ágeis, partindo entre si o pão da alegria, como haviam partido irmãmente o pão da angústia.

Durante a moléstia e a convalescença, Jorge visitou-os uma vez por dia; e força é dizer que, se por um instante houve em seu coração um impulso egoísta, tal impulso não se lhe repetiu depois; serviu ao doente com desinteresse e lealdade. A família deste mostrou-se-lhe agradecida. Luís Garcia recordou ao moço o pedido que lhe fizera na noite em que o mandara chamar, e recordou-lho, não só para lhe agradecer a aquiescência como para explicá-lo. Mas a explicação era difícil, porque ele cedera principalmente à aversão que lhe inspirava o sogro, em quem não tinha a mínima confiança; não obstante as meias palavras de que usou, Jorge entendeu tudo.

A freqüência trouxe a necessidade. Levado pelas circunstâncias, Jorge acostumou-se às visitas, e amiudou-as. No mês de setembro, a pretexto de calor, que ainda não fazia, transferiu a residência para a casa que tinha em Santa Teresa, e que não ficava a longa distância da de Luís Garcia. Não havia que reparar no caso; sua mãe tinha o costume de passar ali três a quatro meses no ano. Demais nas últimas semanas ele começara a fazer-se menos visto e menos freqüentado. Podia facilmente passar a outra vida mais reclusa.

Entretanto, como essa mudança antecipada para Santa Teresa podia não ter em si mesma toda a explicação razoável, Jorge buscou enganar-se a si próprio reunindo os elementos e lançando ao papel as primeiras linhas de um trabalho, que jamais devia acabar, mas que, em todo caso, legitimava a necessidade de repouso. Nos intervalos deste é que visitava a casa de Luís Garcia, uma ou duas vezes por semana. Aos domingos, tinha sempre a jantar o Sr. Antunes, com quem jogava uma partida de bilhar. Tentou ensinar-lhe o xadrez, mas desanimou ao fim de cinco lições.

— Ah! mas nem todos têm o seu talento! exclamou triunfalmente o pai de Estela.

Luís Garcia jogava o xadrez. Era o recreio usual entre ele e Jorge; outras vezes saíam a passeio até curta distância. Luís Garcia aceitava de boa sombra essas distrações, que não eram turbulentas nem cansativas, mas brandas e pausadas, como ele. Demais nem sempre eram distrações sem fruto. Jorge apreciava agora melhor as conversações que não eram puros nadas, e os dois trocavam idéias e observações. Luís Garcia era homem de escassa cultura, sobretudo irregular; mas tinha os dons naturais e a longa solidão dera-lhe o hábito de refletir. Também ele ia à casa de Jorge, cujos livros lia de empréstimo. Era tarde; já não estava moço; faltava-lhe tempo e sobrava-lhe fome; atirou-se sôfrego, sem grande método nem escrupulosa eleição; tinha vontade de colher a flor ao menos de cada coisa. E porque era leitor de boa carta, dos que casam a reflexão à impressão, quando acabava a leitura, recompunha o livro, incrustava-o por assim dizer, no cérebro; embora sem rigoroso método, essa leitura retificou-lhe algumas idéias e lhe completou outras, que só tinha por intuição.

A necessidade intelectual de Luís Garcia contribuiu assim para tornar mais íntima a convivência, única exceção na vida reclusa que ele continuava a ter, ainda depois de casado. Jorge pela sua parte não desmentia até ali o bom conceito que o outro formava de suas qualidades; e a família viu lentamente estabelecer-se a intimidade e a estima entre os dois homens. Uma noite, saindo Jorge da casa de Luís Garcia, este e a mulher ficaram no jardim algum tempo. Luís Garcia disse algumas palavras a respeito do filho de Valéria.

— Pode ser que eu me engane, concluiu o céptico; mas persuado-me que é um bom rapaz.

Estela não respondeu nada; cravou os olhos numa nuvem negra, que manchava a brancura do luar. Mas Iaiá, que chegara alguns momentos antes, ergueu os ombros com um movimento nervoso.

— Pode ser, disse ela; mas eu acho-oinsuportável.