Mãos que os lírios invejam, mãos eleitas

Mãos que os lírios invejam, mãos eleitas,
Para aliviar de Cristo os sofrimentos,
Cujas veias azuis parecem feitas
Da mesma essência astral dos olhos bentos:

Mãos de sonho e de crença, mãos afeitas
A guiar do moribundo os passos lentos,
E em séculos de fé, rosas desfeitas,
Em hinos sobre as torres dos conventos:

Mãos a bordar o santo Escapulário,
Que revelastes para quem padece
O inefável consolo do Rosário:

Mãos ungidas no sangue da Coroa,
Deixai tombar sobre a minha Alma em prece
A bênção que redime e que perdoa!