“Eu vou partir. A noite já desmaia.
Parto; por isso, candida princeza,
Venho beijar as mãos á Vossa Alteza...
Botes e náus esperam-me na praia.
Tenho, de certo, de soffrer azares,
Dores soffrer; mas hei de, com denodo,
Pugnas vencer e conquistar de todo
Terra extranhas e remotos mares...
Não sei si morrerei; mas si, princeza,
Atravez de procellas e de escolhos,
A negra morte me fechar os olhos,
Eu morrerei pensando em Vossa Alteza.
Mas, forçoso é partir; adeus, senhora...”
“Conde, adeus...” murmurou, baixando a fronte.
A noite desmaiava. No horisonte
Já se movia o séquito da aurora.
E ella, a princeza, immersa num lethargo,
Ficou olhando a vastidão do oceano.
Rompeu, emfim, o sol. E, a todo o panno,
A aventureira náu se fez ao largo...