Robert Helling | 117

“Estas são as roscas que o senhor vende aos pobres trabalhadores, senhor Thaty!”.

Por um momento ele perdeu a calma, erguendo-se então cheio de gravidade.

“Senhor Roberto, eu não sei como posso agradecê-lo. Já há muito tempo tenho suspeitado do malandro do meu padeiro, mas agora botarei o rapaz na rua imediatamente!”. Falou e deixou minha casa, cheio de empáfia. O patife não era de se assustar.

Thaty fez todos os negócios possíveis e se fosse somente um pouco mais honesto, faria também uma boa fortuna; mas a honestidade era contra a sua natureza. Tanto fez, que logo não tinha mais crédito e seus credores o caçavam. No estado do Paraná há um grande negócio com erva-mate para fazer; os atacadistas adiantaram algum dinheiro ao comprador. Naturalmente nosso amigo também recebeu uma boa parte do pagamento adiantado, mas não forneceu o mate. Então o representante dos investidores veio e exigiu energicamente o fornecimento.

“O que você quer?” Disse Thaty. “Venha comigo à estação, lá você verá!”

Os dois saíram. Aqui por acaso estava sendo carregado um vagão com a erva do Thaty.

Ele parou diante do diretor da estação e perguntou-o: “Diga-me, meu caro, de quem é este mate?”.

“Isso está sendo carregado para o senhor!”

Agora Thaty foi até o representante:

“Veja meu caro, este é o mate que o senhor receberá!”

Satisfeito, o homem voltou ao seu hotel.

Mas houve nesses dias uma grande falta de erva, então negociantes e compradores apareceram por ali como moscas. Um deles chamou nosso amigo e perguntou se ele não faria negócios. Thaty concordou, mas só vendería a vista e por acaso tinha um vagão carregado na estação. Então foram juntos; mas o comprador chamou-o para um canto e deu-lhe o dinheiro somente quando viu a nota da mercadoria preenchida na mão do