Você conhece o balanço russo? Eu nunca estive na Rússia e nunca vi tal coisa aqui na Alemanha; mas deduzo, de acordo com a ilustração, que se desça com algum veículo uma planície inclinada e então por um pequeno trajeto plano, para subir novamente o morro com o impulso acumulado, até a força se esgotar.
No Brasil, utilizávamos esses balanços russos na construção da estrada de ferro com grande frequência e demos lhe o nome análogo “balanço russo”. Do ponto de vista técnico estes tipos de peças no traçado de uma ferrovia são um grande erro. Ao invés de deixarmos que um trem suba muito, para inutilmente fazê-lo descer uma longa distância e depois subir novamente, dever-se-ia, pela lógica, tentar fazer um desvio dessa primeira elevação. Dessa forma, teria sido atingindo um percentual de elevação menor e não se teriam descidas perdidas.
Mas quem se interessa por essas belas questões teóricas! O lema era avante, em todo o caso, tão rápido quanto possível! Todo o resto era mais ou menos irrelevante. Assim que a estrada for liberada para o tráfego, as consequências desse traçado negligente aparecerão e os construtores da ferrovia serão bastante xingados. Mas quando o desenho da ferrovia havia terminado e a construção estava em andamento - puxa, que divertidos eram a vida e o trabalho! Primeiro as obras do aterro ficaram prontas, depois foram postos os trilhos e o trens auxiliares traziam sempre novos materiais, do tipo trilhos e dormentes.
Quando era um jovem mestre de obras, encontrei-me na locomotiva de um desses trens; nós trazíamos cinco vagões carregados com trilhos