Robert Helling | 61

explicar as circunstâncias por escrito ao engenheiro-chefe e pedir-lhe para permitir que a soma exata do pagamento total dos componentes do grupo seja igualmente repartida evitando o Evarista como distribuidor.

Então ele disse: “No que diz respeito ao Evarista, nós faremos um bom trabalho quando dermos cabo dele; mas o senhor tem razão com a sua proposta para arranjar as coisas. Quando poderemos buscar nossa resposta?”.

“Acho que em uns oito dias”.

Muchas gracias, senhor!” Cumprimentaram e foram embora.

Que bela confusão! A tranquilidade e o realismo com que esse pessoal trata de um assunto tão sério e inquietante é de se indignar; mas a ingenuamente grande confiança que eles depositaram em mim foi quase enternecedora e consoladora. Portanto eu me sentei por um momento e fiz um relatório ao meu chefe sobre o estranho ocorrido. Já no dia seguinte mandei a carta através de um mensageiro a cavalo para Lapa.

Durante três dias esperei em vão por uma resposta. Só no quarto dia chegou o seguinte telegrama: “Não trate de assuntos que não lhe dizem respeito! Deixe os rapazes se estreparem”. -

Eu estava num belo dilema por causa da minha sabedoria! Recolhi informações sobre esse Seu Evarista. De fato, tudo que descobri sobre ele era muito desfavorável, tanto que o receio dos seus companheiros pareceu bastante legítimo. O perigoso homem estaria com aproximadamente 45 anos e com sua aparência que inspirava pouca confiança servia de um excelente modelo para ser o chefe de uma quadrilha. Ele era alto, usava uma barba negra e tinha uma grande cicatriz que ia do nariz até a ponta do queixo; uma marca preta do tamanho de um ovo de pomba enfeitava o outro lado do rosto, e quando o perguntavam sobre a origem desse ponto escuro, dizia impassível, que tinha sido por causa de um tiro que havia sido dado de muito perto; mas o atirador esqueceu de carregar a arma. “Mas ele se arrependeu”, costumava acrescentar rindo. Também estivera na estrada de ferro da Argentina e já trouxera de lá uma reputação ruim.