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O Banho de Assento


O inverno no Brasil, especialmente nas frias regiões do sul, é uma coisa singular. Às vezes o termômetro marca alguns graus abaixo de zero pela noite; então o campo amanhece coberto pela geada. Mas tão logo os primeiros raios decidem passar sobre as superfícies prateadas e a geada é visivelmente lambida como o sal pelas vacas, então somente na sombra ficam por algum tempo algumas faixas esparsas de geada. Mas assim que o astro-rei vai mais alto, a temperatura sobe rapidamente e chega até vinte graus na sombra. Assim é o inverno brasileiro! O que o brasileiro faz em tais dias excepcionalmente frios? Para tais situações ele tem um meio muito simples: quando a situação o permite, fica na cama até esquentar um pouco. Não há estufa nos quartos, ele pode no máximo se sentar em frente do fogão à lenha na cozinha. Ou procura aquele lugarzinho que já foi iluminado pelo sol, onde ele imediatamente encontra almas na mesma situação. Então se discute política e são contadas anedotas que muitas vezes são de conteúdo duvidoso e não servem para ouvidos sensíveis.

Tal idílio de inverno brasileiro não me era concedido, pois era empregado da ferrovia, como se pode depreender da seguinte história:

Nós éramos nove homens, todos a cavalo; voltávamos de uma exploração da nova ferrovia em construção e queríamos cavalgar para casa. Você sabe o que isso significa depois de se ter perambulado por meses no mato? Não, você não pode nem de longe imaginar, porque você não sabe como é a floresta virgem brasileira!

Quando eu ainda era um rapaz inexperiente e tinha muitas expectativas, em minha inocência sonhava com a floresta virgem. E quando