recebe com muito prazer a carta do Sr. Tenente-Coronel Cerveira Lobo.

— Muito bem — aprovou el-rei. — Hoje à noite, com todos os resguardos que urgem as cautelas.

— Um homem, o Caneta de Braga, o chapeleiro, com uma carta — anunciou Senhorinha — só a entrega em mão própria ao Senhor Abade.

Que entrasse.

O rei e o visconde meteram-se à alcova, simulando receios.

Era uma carta do abade de Priscos, bispo eleito de Coimbra. Tinha a honra de enviar a el-rei cem peças, donativo que as senhoras Botelhas, de Braga, ofereciam de joelhos a S. M. F., e diziam que todos os seus haveres estavam às ordens de el-rei seu senhor.

E entregou dois grossos cartuchos, cintados por fitas cruzadas de seda escarlate. E o Caneta muito pontual:

— Queria um recibinho, se lhe não custa, reverendo Senhor Abade.

— Venha daí que eu passo-lhe o recibo.