— El-rei pergunta se o Sr. Conde de Quadros tem família, se tem senhora e filhos.

O Bezerra perguntou ao Zeferino.

Que soubesse Sua Majestade, disse o pedreiro, mais animado, que o fidalgo de Quadros tinha dois rapazes e três raparigas, uma já casada; mas que a fidalga, a mulher dele, aqui há anos atrás, tinha fugido com o doutor dos Pombais, e nunca mais voltara.

— Desgraças! — disse o capelão-mor — desgraças! A corrupção dos tempos... Se se não acudir quanto antes a isto, não sei que volta se lhe há-de dar.

Fez-se um silêncio condolente. Todos sentiam o caso infausto.

O rei continuava a escrever, devagar, polindo a frase, boleando os períodos; achava dificuldades em se medir com as locuções redondas e muito adjectivadas da retórica do padre Rocha. Animava-o, porém, a ideia de que D. Miguel não tinha fama de sábio, e que a sua carta seria mais verosímil com alguns aleijões gramaticais.

Releu a carta, e acrescentou às vírgulas. Pediu