lhe perguntou: — que tal? o que dizia ele? — dobrava a carta vagarosamente, encolhia os ombros e respondia:

— Enfim... não sei...

— Não sabe o quê? Lá que eu lhe levo o dinheiro, isso levo. Pudera não! Tudo o que eu tiver até à camisa do como. Ou se é amigo ou não se é amigo, hem? Que diz a isto, padre?

— Se quem escreveu esta carta é o Sr. D. Miguel, faz V. Exª o que deve, porque faz o que pode; mas seria bom ter a certeza...

— De que é o rei que me escreve?

— Sim.. a prudência... Há muito maroto por esse mundo.

— O padre está então a ler! Cuida que eu lhe dava o meu dinheiro sem o ver? Heide vê-lo com estes, e ouvi-lo falar primeiro. Mas deixe-se de asneiras, padre Rocha! É tão certo Deus estar no Céu como ele estar em Calvos.

— Bem! — atalhou o Rocha apressado, erguendo-se — quando vai V. Exª a Calvos?

— Hoje é terça-feira; a roupa chega de Braga na sexta, e parto no sábado. Ora agora, vou lá mandar o Zeferino a dizer-lhe que vou beijar-lhe