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VIAGENS MARAVILHOSAS

Perante uma tal eventualidade não havia que hesitar. Cypriano suspendeu immediatamente a negociação e foi fazer indagações. Toda a gente lhe confirmou o que Bardik lhe dissera. E era um facto tão bem sabido na terra, que nem sequer se fallava em tal.

O joven engenheiro ficou assim advertido da sua inexperiencia, e por isso tornou-se mais prudente e aconselhou-se com um veterinario de Potchefstrom.

Graças á intervenção d'esse especialista arranjou em algumas horas a cavalgadura que lhe convinha para aquelle genero de viagem. Era um cavallo ruço, com a pelle em cima do osso, e que até tinha só um bocado da cauda. Mas bastava vel-o para ter a certeza de que aquelle ao menos tinha sido salgado, e apesar de ter o trote um pouco duro, valia evidentemente muito mais do que parecia. Chamava-se Templar e tinha na terra verdadeira reputação como cavallo para aguentar. Bardik, que tinha de certo algum direito a ser consultado, declarou-se plenamente satisfeito quando o viu.

Emquanto a elle, devia ser especialmente encarregado da direcção do carrão e das juntas de bois, serviço em que seria ajudado pelo seu camarada Li.

Não havia portanto que pensar em lhes dar cavallos a um e outro, — o que aliás Cypriano não poderia fazer, visto o dinheiro que teve de desembolsar pela acquisição do seu proprio cavallo.

Não era menos delicada a questão das armas. É verdade que Cypriano já tinha escolhido as suas espingardas, um excellente rifle do systema Martini-Henry e uma carabina Remington, que não brilhavam pela elegancia, mas que eram muito cer teiras e carregavam-se depressa. Mas o que nunca lhe passaria pela cabeça, se o china lh'o não lembrasse, era arranjar um certo numero de cartuchos com balas explosivas. Tambem lhe pareciam mu-