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VIAGENS MARAVILHOSAS

pletamente pelo menos até certo ponto, é a do transporte pelas aguas dos elementos da gemma e da formação posterior do crystal no proprio logar. Tem-me feito muita impressão o perfil especial quasi uniforme, dos diversos jazigos que tenho passado em revista e que medi com o maior cuidado. Todos apresentam mais ou menos a fórma geral de uma especie de taça, de capsula, ou antes, tendo em conta a crosta que os cobre, de um cantil de caçador deitado de lado. E como que um reservatorio de trinta ou quarenta mil metros cubicos, sobre o qual tivesse vindo derramar-se um grande conglomerado de areias, lama e terras de alluvião, applicado sobre as rochas prinitivas. Este caracter torna-se sobretudo muito saliente no Vandergaart-Kopje, um dos jazigos descobertos mais recentemente, e que, diga-se de passagem, pertence exactamente ao dono da cabana onde lhe estou escrevendo.

«Quando se deita n'uma capsula um liquido contendo corpos estranhos em suspensão, o que acontece? Os corpos estranhos depositam-se mais especialmente no fundo e junto ás bordas da capsula. Pois bem; é isto exactamente o que succede no Kopje. Os diamantes encontram-se principalmente no fundo e proximo do centro da bacia, bem como no seu limite extremo. E o facto está tão bem averiguado que os claims intermedios descem rapidamente a um preço inferior, ao passo que as concessões centraes ou proximas dos bordos alcançam muito depressa um valor enorme logo que se tem determinado a fórma do jazigo. A analogia, portanto, está a favor do transporte dos materiaes pela acção das aguas.

«Por outra parte um grande numero de circumstancias, que são enumeradas na minha memoria, tendem a explicar a formação dos crystaes no proprio logar, de preferencia ao seu transporte no estado perfeito. Repetindo aqui apenas duas outres, direi que os diamantes apparecem quasi sempre reunidos