A ESTRELLA DO SUL

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radores e armarios. Pozera mãos á obra com ardor, e trabalhava activamente haveria uma ou duas horas, quando pela janella aberta, atravez da atmosphera matutina, lhe chegou aos ouvidos uma voz fresca e pura que saia do eirado como um canto de cotovia. Essa voz applicava-se a uma das mais encantadoras melodias de Moore :

It is the last rose of summer,
Left blooming alone ;
All her lovely companions
Are faded and gone, etc.

«É a ultima rosa do verão,—deixada só em flor;—todas as amaveis companheiras—estão murchas e mortas.»

Cypriano correu á janella e viu Alice que se encaminhava para o cercado dos abestruzes com o avental cheio de goloseimas de que elles gostavam.

Era ella que cantava ao nascer do sol.

I will not leave thee, thou lone one !
To pine on the stem,
Since the lovely are sleeping,
Go sleep with them...

«Não te deixarei abandonada,—penar na tua haste.—Já que as outras formosas estão dormindo, — vae dormir com ellas. »

Nunca o joven engenheiro se julgára particularmente sensivel á poesia, e comtudo aquella penetrou-o profundamente. Ficou ao pé da janella, com a respiração suspensa, a escutar ou antes a beber aquellas dulcissimas palavras.

Parou o canto. Miss Wakins distribuia a comida aos abes-