Ha questões mesmo, que ficarão sem uma solução. Tem-se pretendido, por exemplo, que a forma correcta da Fortaleza veio de um plano que fez adoptar o finado Antonio Rodrigues Ferreira, um dos mais zelosos presidentes da camara municipal.
Da leitura das actas da velha corporação se vê que o grande serviço prestado por elle, como presidente da camara municipal algumas vezes, consistia no empenho, com que fez observar o plano da cidade, quando qualquer desvio o podia comprometter; mas que este plano foi obra do tenente coronel de engenheiros, Antonio José da Silva Paulet, ajudante de ordens do Governador Sampaio, isto ha quasi 100 annos.
Para salvar do esquecimento estes factos, faremos o transumpto do que se encontra nos livros alludidos e outros documentos, e bem assim do que a tradição conserva e nos foi attestado por testemunhas occulares.
Os edificios mais antigos da Fortaleza são o — quartel e fortim de Nossa Senhora de Assumpção, no local em que os hollandezes projectarão uma fortaleza, de que nos falla Candido Mendes, e que teve o nome de Schoonenborch, em honra do então governador hollandez de Pernambuco. Desta fortificnção, que não chegou a realisar-se, possue o auctor unia planta mui curiosa com indicações do lugar do desembarque dos hollandezes em Mucuripe e outras até Maranguape e Villa Velha.
Este fortim dominava a barra do rio, que elles chamavão Marajaitiba ou antes Mattas de Palmeiras, por isto que o planalto que ficava a margem direita do regato era povoado de Catolezeiros Esse regato se encontra tambem, pelos tempos adiante, com os nomes de Ipojuca, Telha e ultimamente Pagehú.
Sobre topographia esse documento graphico de 1649, não fallando de outro de 1637 referente á barra Siará, é o maias curioso da nossa historia.
O croquis indicado dá o alinhamento da nossa costa desde o cabo Mucuriba (Mucurive, Mucuripe) até a barra d’aquelle rio (Itarema), casa do indio chefe Carajá. Projectando-se para o sul indica as paragens seguintes: