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A Guerra de Canudos

rente realizavase, abalando os sentimentos fortemente excitados do pessoal da expedição.

Partia do hospital de sangue um prestito funebre: n'uma padiola, envolta na bandeira nacional e carregada por quatro officiaes, seguia para a sepultura o corpo frio e exanime de quem fora o tenente-coronel Tristão Sucupira de Alencar Araripe, o valoroso commandante do 12°, finado na noite anterior, em consequencia do ferimento recebido no dia 27, em Macambira.

O prestito atravessou a explanada da Favella, movido lentamente e engrossado de muitos camaradas, de todas as graduações; musicas acompanliavam-n'o em funebre toada. O tiroteio ainda era mantido. Os fanaticos, percebendo n'aquelle ajuntamento algo d'extraordinario, alvejaram-n'o e mais d'um dos que seguiam o modesto esquife, tombou ferido.

Foi a cadáver do illustre commandante sepultado n'uni pequeno cerro no Alto do Mario, tendo ainda sido n'aquella occasião hostilizado pelo inimigo, do qual fôra temivel adversario. Na sua passagem ouviam-se os gemidos dos feridos, que no decurso da mortuaria procissão, observavam aquella scena pathetica, aquelle quadro impressionante, entre os aprezentados n'esse dia, replecto de acontecimentos sensacionaes.