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A Guerra de Canudos

com frequência eram amputados braços e pernas, antes que a gangrena acabasse de vez.

Por fim, com tantos soffrimentos, houve algum abatimento e alguns inconscientes olhavam para a estrada do Rosario; a ideia d'uma retirada sussurrava no acampamento, não para fugirem á morte, mas para se libertarem dos horrores da fome. Seria, entretanto a desgraça geral, si esse pensamento insensato, que por felicidade só germinou no espirito de poucos desanimados, se transformasse em realidade. E, com o desanimo, surgiu certa indisciplina, começando os casos de dezerção: piquetes inteiros durante a noite abandonavam os postos e partiam em direcção a Cocoróbó, ou ao Rosario; muitos, saciada a fome, regressavam; outros, ficavam no mato baleados pelos jagunços e derreados pela fraqueza e cansaço.

E nem noticia da 1ª brigada! A seu respeito, corriam no acampamento sinistros boatos. A' 4 de julho, a 5ª seguiu em exploração até as Baixas, onde talvez alguma nova obtivesse. Essa brigada, no Salgado foi bruscamente atacada pela retaguarda, mas repelliu o inimigo, depois de renhido fogo de dez minutos, tendo fóra de combate três officiaes feridos, duas praças mortas e cinco feridas. A 5, regressou sem trazer noticias da outra.