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A Guerra de Canudos

encia, tendo como principal alimento a folha do icó, o cabeça de frade e o xique-xique. Andava desseminado e, ao vêr fórma humana, fugia velozmente, se embrenhando na catinga espinhoza.

Tambem, aproveitando a frescura dos valles umbrozos e excepcionalmente ferteis n'aquella aridez, os fanaticos de Antonio Conselheiro possuiam roças de milho, mandioca, feijão, batata doce e canna, como cultivavam abóboras e melancias. Abundava o imbuzeiro, silvestre, e uma providencia no tempo da secca, pelo fructo agradavel, além da batata na baze do tronco, constituindo com a mangabeira e varias espécies de palmitos e coqueiros, entranhados no espinheiral, o celleiro dos jagunços.

Quando os soldados, esfaimados, descobriram esses magnificos elementos, a elles se atiraram soffregos, e, arrostando perigos innumeros, sahiam em magotes, e pelos montes e quebradas, emprehendiam a caça aos bódes e ao gado, abatendo-os á tiro. Carneavam-n'o e quando voltavam ao acampamento, já tinham comido saboroso churrasco mas sem sal; o restante distribuiam-n'o por bom preço aos camaradas, ou seccavam, como garantia do seguinte dia.

Outras turmas, atiravam-se ás roças affastadas e traziam raizes de mandioca, abobora e