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A Guerra de Canudos

transporte para tantos inválidos, alguns em estado lastimavel, pernas e braços amputados, outros ainda com apparelhos nos ferimentos. A mór parte demonstrava no mais alto gráo o estado de fraqueza e de miseria organica a que attingiram, em virtude de abundantes hemorrhagias, ou pelos longos dias de fome que a todos abatera, tudo, além de fórtes abalos moraes, concomitantemente sobrevindos após a observação de factos tão temiveis, de scenas tão originalmente penosas. Alguns tinham enlouquecido, por não terem o animo demasiado forte para resistirem á tamanhas attribulações.

Os poucos elementos para a conducção de homens que se debatiam entre tantos soffrimentos, da Favella á Monte Santo, em um sertão baldio e em parte dominado pelos fanaticos, constavam de redes, algumas padiolas e incommodas e pequenas carroças, das poucas salvas após a marcha da 1ª columna e ao combate das Umburanas. Os poucos muares sobreviventes jaziam em estado semelhante a carcassas ambulantes. O mais era completado pelos braços dos combatentes mais validos e fórtes.

Foi com esses escassos meios que no dia 27 de julho o primeiro grupo de feridos encetou a retirada para Monte Santo. Na vespera, 26, o general em chefe em sua ordem do dia