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A Guerra de Canudos

tros, envolvendo o templo em espessa nuvem de pó.

Depois de pequeno descanço, foi renovada a tarefa sobre a torre da esquerda. Os três canhões despejavam sem interrupção seus projectis no mesmo alvo. Toda attenção do exercito estava concentrada no bombardeio. Nem um tiro de fuzil. Os fanaticos evacuaram a igreja.

O fogo continuava, pouco faltando para a queda da famigerada torre, collimada por mais de 100 tiros.

Apenas uma haste d'um metro de altura, mantinha suspensa a grande massa, por um milagre d'equilibrio e ainda o echo das descargas reboava pelas serras e grótas, ao longe. Tres tiros partiram seguidamente : o primeiro, apontado por Manoel Felix e a bala sumiu-se, roçando de leve na parte incolume da torre; depois atirou Fructuoso Mendes, sobre o lado opposto, com o mesmo resultado ; afinal, despediu o ultimo tiro o alferes Macedo Soares e a bala chocou em cheio a haste equilibrante.

O gigantesco monolitho inclinou-se lentamente e ruiu com espantoso fragôr para frente, e, cahindo no solo, estrondou formidavelmente, escurecendo os ares espessa camada de poeira. Por alguns segundos desappareceu o templo, para depois resurgir mutilado, em