A Guerra de Canudos
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çavam os tições arrojados pelos soldados. D'estes, alguns mais temerarios, iam até o antro do inimigo, munidos de pannos embebidos em petroleo, procurando executar a obra da destruição, acontecendo que mais de um pagou com a vida a sua audacia.

Onde o fogo lastrava com mais vigor e produzia mais estragos, era pelos fundos da igreja amplamente illuminada, destacando a massa grigantesca e branquicenta. Do templo, os atiradores vigiavam e queimavam sobre os jagunços munidos de compridas varas, tentando inutilmente apagar as chammas, produzindo myriades de faiscas. Sentia-se o calor produzido pelas labaredas, em cujo meio mo viam-se vultos esqualidos. Os fanaticos, n'essa ultima tentativa de conservarem suas casas e protellarem a resistencia, mostravam-se de todo e succunibiam sob as balas dos infantes, queimando frios e implacaveis.

O tiroteio era incessante, mórmente do templo, nossa mais forte posição. Quadros medonhos desenvolviam-se no decorrer d'aquella noite sinistra. Mulheres em numero respeitavel, com os filhinhos ao collo, desgrenhadas, precipitavam-se, n'um impeto de louco fanatismo, nos grandes brazeiros proximos ao San-