mesa, àquela mesa que Alice enfeitara como para um noivado.

Passaram então a discutir as qualidades dos animais prediletos.

Argemiro elogiou os gatos. Glória repelia-os; preferia os cães e cães de fila, que mordessem os outros e a adorassem a ela! Confessou ter muito desejo de ver leões e elefantes. Contou que uma onça, fugida do Jardim Zoológico, andara rondando a chácara; mas que, visse o pai que esquisitice! ela só lembrava de temer a fera à hora de ir para a cama, quando estava toda a casa fechada... De dia não; corria pela horta, pelo pomar... Mas à noite!...

– És medrosa?

Ela fez notar ao pai, com um olhar, o Feliciano.

“Que mulherzinha!” – pensou Argemiro; e riu-se. Embora quisesse, ele não pôde prolongar a demora na mesa; Glória ardia de impaciência; comera muito depressa, com a idéia de andar pela casa toda, a sua casa, que ela dentro de poucos anos governaria... E relanceou um olhar de domínio em redor de si.

– Bem, meu amor, gira um pouco pela casa e vai depois fazer companhia à d. Alice...

Feliciano informou:

– Ela está jantando.

– Ela janta na cozinha? – perguntou Glória, no tom mais natural do mundo.