Página:A Menina do Narizinho Arrebitado (1920).pdf/31


NARIZINHO ARREBITADO
 
27


Eram os grillos da guarda que entravam espavoridos e pallidos de terror.

— O escorpião negro! annunciaram elles, arregalando os olhos.

— O escorpião!... repetiram aterrorisados os convivas.

Foi o mesmo que annunciar a peste. As damas nervosas cairam para trás, desmaiadas; outras treparam em cima das cadeiras, gritando de pavor. A tatorana, com ataque de nervos, tombou desacordada nos braços do Caranguejo. O kagado fechou-se dentro da casca. Os caramujos encolheram-se dentro das conchas. E bichinho de asa não ficou nenhum que não voasse para o tecto.

Era tempo. O horrendo Escorpião Negro assomou á porta, do palacio, de ferrão arreganhado. Parou. Bufou de colera e correu pela sala um olhar de desafio.

— Quem é essa pequena humana que ousa penetrar no reino dos animaes? disse elle trincando os ferrões.