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A MENINA DO


Depois, vendo Narizinho de pé no espaldar do throno, pallida de espanto e muito atrapalhada com o seu vestido de cauda, arreganhou um sorriso feroz, marcou-a bem e investiu contra ella.

Um grito de horror encheu a sala, e todos os olhos fecharam para não ver a catastrophe. O Escorpião Negro avança, gingando o corpo. Está já a um metro da menina. Um passo mais e a alcançará com o seu venenoso ferrão.

Narizinho, desvairada, olha para o principe, implorando soccorro. Era sua ultima esperança.

Escamado não vacilla um momento: arranca da espada e atira-se contra o monstro. Trava-se um medonho duello. A fera lança successivos botes de ferrão mas o principe apara-os com a espada, e depois de muitos golpes consegue acutilar a cabeça do inimigo. O Escorpião solta um berro de dôr e investe com redobrada furia.

Todos tremem pelo principe que corre sério perigo pela desigualdade das suas forças com as de um monstro daquelle porte. Mas o principe defende-se com heroismo, arremessando golpes sobre golpes á cabeça do Escorpião, embora já se sentisse cançado. E a lucta terminaria de um modo tragico si um facto assombroso não viesse mudar a si-