meu chapéu à tal pálida, que ao menos dessa vez se fez cor-de-rosa, talvez por ver-me de braço com o novo amigo.

Passando a maldita casa, Jorge, que assim se chamava o moço, disse-me com fogo:

— Aquela jovem adora-me!

— Está certo disso, meu amigo?

— Tenho provas.

— Acredita muito nelas?

— Tenho as mais fortes; por último recebi ainda a de maior confiança: eu lhe conto. Um estudante a requestou e escreveu-lhe; ela mandou-me a carta, e eu respondi em seu lugar. A correspondência tem continuado por minha vontade e sou eu quem sempre faço a norma das cartas que ela deve escrever; achará isto imprudência, e eu acho um belo divertimento.

— Sim... um belo divertimento...

— Mas que é isso? Está tão pálido!

— Não é coisa de cuidado... Eu... ora... o estudante...

— É por certo um famoso pateta...

— Não é bom ir tão longe...

— Não tem dúvida... é um tolo rematado.

— Fale-me a verdade: eu acho aquela moça com cara de ser sua prima.