— Que mãos delicadas?... Não mo sabe dizer a fada, porém vós viestes para esta gruta acudindo a um convite, e fingistes adivinhar segredos de corações.

— Não era verdade: a fada nada vos revelou, e o que dissestes que sabíeis antes e a fada me disse como.

— Explique-me, pois, minha senhora.

— Quando involuntariamente fui causa de vos entornarem café nas calças, vós fostes mudar de roupa e entrastes para o gabinete das senhoras; lá ouvistes tudo o que afetastes adivinhar há pouco.

— E quem me viu entrar?

— A fada sem dúvida. O cravo de d. Quinquina fostes vós que o recebestes no jardim; na noite dos jogos de prendas, fostes vós ainda quem, com uma luz na mão, procurou e achou a trança de cabelos de d. Clementina, embaixo da quarta roseira da rua que vai para o caramanchão.

— Mas quem observou o que eu fiz às escondidas e com tanto cuidado?

— A fada, que, segundo penso, vos tem sempre seguido com os olhos.

— A fada?!... A feiticeira me segue sempre com os olhos?!... Oh! Como sou feliz!... A feiticeira é a senhora!