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Monteiro Lobato

outróra. Attráe o homem aventureiro, não mais o ouro dissimulado em pepitas no seio da terra, mas o ouro annual das bagas vermelhas que se derriçam em balaios.

A região era todo um mattaréo virgem de majestosa belleza.

Rasgara-o a facão o bandeirante antigo, por meio de picadas; o bandeirante moderno, machado ao hombro e facho incendiario nas mãos, vinha agora, não penetral-o, mas destruil-o.

Almas fechadas ao contemplativismo, nunca lhes amollentou o pulso a belleza augusta dos jequitibás de frondes sussurrantes como o oceano, nem o vulto grave das perobeiras millenarias.

Sua ambição feroz preferia á belleza da desordem natuaral a belleza alinhada da arvore que dá ouro. Só esta forma de belleza tem amavios capazes de enlevar a alma fria do paulista. Para ver estadeada ante os olhos a sua belleza — cousa nova no mundo e creação genuinamente local — derrubou, roçou e queimou a maravilhosa vestimenta verde do oasis. Desfez, em decennios,