largas, impetuosas e francas como o seu amor: «Ao meu Theodorico, meu portuguezinho possante, em lembrança do muito que gozámos

— Oh, riquinha! E onde hei de eu metter isto? Eu não hei de levar a camisa nos braços, assim núa e ao léo!

Já Alpedrinha, de joelhos, desafivelava desesperadamente o sacco. Então Maricoquinhas, com uma inspiração delicada, agarrou uma folha de papel pardo, apanhou do chão um nastro vermelho; e as suas habilidosas mãos de luveira fizeram da camisinha um embrulho redondo, commodo e gracioso — que eu metti debaixo do braço, apertando-o com avara, inflammada paixão.

Depois foi um murmurio arrebatado de soluços, de beijos, de doçuras...

— Mary, anjo querido!

— Theodorico, amor!...

— Escreve-me para Jerusalem...

— Lembra-te da tua bichaninha bonita...

Rolei pela escada, tonto. E a caleche que tantas vezes me passeára, enlaçado com Mary, por sob os arvoredos aromaticos do Mamoudieh — lá partiu, ao trote da parelha branca, arrancando-me a uma felicidade onde o meu coração deitára raizes, agora despedaçadas e gottejando sangue no silencio