do meu peito. O douto Topsius, abarracado sob o seu guardasol verde, recomeçára, impassivel, a murmurar coisas de velha erudição. Sabia eu por onde iamos rodando? Por sobre a nobre calçada dos Sete-Stados, que o primeiro dos Lagidas construira para communicar com a ilha de Pharos, louvada nos versos de Homero! Nem o escutava, debruçado para traz, na caleche, agitando o lenço molhado da minha saudade. A dôce Maricoquinhas, á porta do Hotel, ao lado d’Alpedrinha, linda sob o chapéo florido de papoulas, fazia esvoaçar tambem o seu lenço amoroso e acariciador: e um momento estas duas cambraias brancas sacudiram uma para a outra, no ar quente, o ardor dos nossos corações. Depois eu cahi sobre a almofada de chita como cae um corpo morto...

Apenas embarcado no Caimão, corri a esconder no beliche a minha dôr. Topsius ainda me agarrou pela manga para me mostrar sitios das grandezas dos Ptolomeus, o porto do Eunotos, a enseada de marmore onde ancoravam as galeras de Cleopatra. Fugi; na escada esbarrei, quasi rolei sobre uma Irmã da Caridade, que subia timidamente com as suas contas na mão. Rosnei um «desculpe, minha santinha.» E tombando emfim no catre, deixei escapar o pranto