e dos gozos a que a minha carne moça tem direito! Vê lá! Se, por teres atravessado o Evangelho, te embebeste de idéas pueris de Caridade e Misericordia, e vaes com tenção de curar a titi — então fica-te ahi, entre essas penedias, fustigado pelo pó do deserto, recebendo o excremento das aves de rapina, enfastiado no silencio eterno!... Mas se promettes permanecer surdo ás preces da titi, comportar-te como um pobre galho secco e sem influencia, e não interromperes a appetecida decomposição dos seus tecidos — então vaes ter em Lisboa o macio agasalho d’uma capella afofada de damascos, o calor dos beijos devotos, todas as satisfações de um idolo, e eu hei de cercar-te de tanta adoração que não has de invejar o Deus que os teus espinhos feriram... Falla, monstro!»

O monstro não fallou. Mas logo senti perpassar-me na alma, aquietadoramente, com uma consolante fresquidão de brisa d’estio, o presentimento de que breve a titi ia morrer e apodrecer na sua cova. A Arvore d’Espinhos mandava, pela communicação esparsa da Natureza, da sua seiva ao meu sangue, aquelle palpite suave da morte da snr.ª D. Patrocinio — como uma promessa sufficiente de que, transportado para