de todo um povo acampado! Tendas negras do deserto, feitas de pelles de carneiro e rodeadas de pedras: barracas de lona, da gente da Idumêa, alvejando ao sol entre as verduras; cabanas armadas com ramos, onde se abrigam os pastores d’Ascalon; toldos de tapetes que os peregrinos de Nephtali suspendem em varas de cedro; — era toda a Judêa, ás portas de Jerusalem, a celebrar a Paschoa Sagrada! E havia ainda, em volta ao casal onde velava um posto de Legionarios, os mercadores gregos da Decapola, tecelões phenicios de Tiberiade, e a gente pagã que, através da Samaria, vem dos lados de Cesarêa e do mar.

Fomos marchando, lentos e cautelosos. Á sombra das oliveiras os camêlos descarregados ruminavam placidamente; e as egoas da Perea, com as patas entravadas, pendiam a cabeça sob a espessura das longas clinas. Junto ás tendas, cujos panos meio levantados nos deixavam entrevêr brilhos d’armas penduradas ou o esmalte d’um grande prato, raparigas, com os braços reluzindo de braceletes, pisavam entre duas pedras o grão do centeio; outras, mugiam as cabras; por toda a parte se accendiam fogos claros; e com os filhos pela mão, o cantaro esguio ao hombro, uma fila de