assim que eu vi Jesus de Galilêa preso, diante do Pretor de Roma...

No emtanto Sarêas, tendo enrolado em torno á haste de ferro o pergaminho escuro, saudou Pilatos, beijou um sinete sobre o dedo para marcar nos seus labios o sêllo da verdade, — e immediatamente encetou uma arenga em grego, com textos, verbosa e aduladora. Fallava do Tetrarca de Galilêa, o nobre Antipas; louvava a sua prudencia; celebrava seu pai Herodes o Grande, restaurador do Templo... A gloria d’Herodes enchia a terra; fôra terrivel, sempre fiel aos Cesares; seu filho Antipas era engenhoso e forte!... Mas reconhecendo a sua sabedoria elle estranhava que o Tetrarca se recusasse a confirmar a sentença do Sanhedrin que condemnava Jesus á morte... Não fôra essa sentença fundada nas Leis que dera o Senhor? O justo Hanan interrogára o Rabbi, que emmudecera, n’um silencio ultrajante. Era essa a maneira de responder ao sabio, ao puro, ao piedoso Hanan? Por isso um zeloso, sem se conter, atirára a mão violenta á face do Rabbi... Onde estava o respeito dos antigos tempos, e a veneração do Pontificado?

A sua voz cava e larga rolava, infindavelmente. Eu, cansado, bocejava. Por baixo de