rematadas por faiscantes globos de crystal, pendiam cordeiros mortos, que os Netenins, resguardados por aventaes de couro cobertos de textos sagrados, esfolavam com cutelos de prata: emquanto os victimarios de saião azul, retesando os braços, conduziam baldes d’onde trasbordavam e iam arrastando entranhas. Coroados por uma mitra redonda de metal, escravos idumeos constantemente limpavam as lages com esponjas: alguns vergavam sob mólhos de lenha; outros, agachados, sopravam fogareiros de pedra.

A cada momento algum velho Sacrificador, descalço, marchava para o altar, trazendo ao collo um anho tenro que não balava, contente e quente entre os dois braços nús: um tocador de lyra precedia-o: levitas atraz transportavam os jarros d’oleos aromaticos. Em frente á ara, rodeado de Acolytos, o Sacrificador lançava sobre o cordeiro um punhado de sal; depois, psalmodiando, cortava-lhe uma pouca de lã entre os cornos. As bozinas resoavam; um grito d’animal ferido perdia-se no tumulto sacro; por cima das tiáras brancas duas mãos vermelhas erguiam-se ao ar sacudindo sangue; da grelha do altar resaltava, avivada pelos oleos e pela gordura, uma chamma d’alegria e de