sentenças transcriptas — «a d’um ladrão de Bettebara, a d’um assassino de Emath, e a de Jesus de Galilêa!» O escriba do Sanhedrin, que conforme á Lei alli vigiára para recolher, até que os condemnados passassem, algum inesperado testemunho d’inculpabilidade, ia partir, com os seus tabularios debaixo do braço, depois de traçar sobre cada sentença um grosso risco vermelho. E aquelle córte final, côr de sangue, passado á pressa por um escripturario que recolhia contente á sua morada, a comer o seu anho, commoveu-me mais que a melancolia dos Livros Santos.

Sebes de cactos em flôr bordavam a estrada; e para além eram verdes outeiros onde os muros baixos de pedra solta, vestidos de rosas bravas, delimitavam os hortos. Tudo alli resplandecia, festivo e pacifico. Á sombra das figueiras, debaixo dos pilares das parreiras, as mulheres, encruzadas em tapetes, fiavam o linho ou atavam os ramos d’alfazema e manjerona que se offerecem na Paschoa: e crianças em redor, com o pescoço carregado d’amuletos de coral, balouçavam-se em cordas, atiravam á setta... Pela estrada descia uma fila de lentos dromedarios levando mercadorias para Joppé: dois homens robustos recolhiam da caça, com altos