todos os lugares religiosos — cujos nomes sonoros cahem na alma com uma solemnidade de prophecia ou com um fragor de batalha: Esdrelon, Endor, Sulem, Thabor... Eu olhava, enrolando um cigarro. Sobre o Carmello sorria uma brancura de neve; as planicies da Perea fulguravam, rolando uma poeira de ouro; o golfo de Kaipha era todo azul; uma tristeza cobria ao longe as montanhas de Samaria; grandes aguias torneavam sobre os valles... Bocejando, rosnei:

— Vistasinha catita!

Uma madrugada, emfim, recomeçámos a descer para Jerusalem. Desde Samaria a Ramah fomos alagados por esses vastos e negros chuveiros da Syria que armam logo torrentes rugindo entre as rochas, sob os aloendros em flôr: depois, junto á collina de Gibeah onde outr’ora no seu jardim, entre o loiro e o cypreste, David tangia harpa olhando Sião — tudo se vestiu, de serenidade e de azul. E uma inquietação engolfou-se em minha alma como um vento triste n’uma ruina... Eu ia avistar Jerusalem! Mas — qual? Seria a mesma que vira um dia, resplandecendo sumptuosamente ao sol de Nizam, com as torres formidaveis, o Templo côr de ouro e côr de neve, Acra cheia de palacios, Bezetha regada pelas aguas d’Enrogel?...