feio da Judêa, ha uma arvore toda d’espinhos, que é mesmo d’arripiar...

A sineta do recreio tocava; todos, a um tempo e d’estalo, fechavamos a cartilha.

O tristonho pateo de recreio, areado com saibro, cheirava mal por causa da visinhança das latrinas; e o regalo para os mais crescidos era tirar uma fumaça do cigarro, ás escondidas, n’uma sala terrea onde aos domingos o mestre de dansa, o velho Cavinetti, frisado e de sapatinhos decotados, nos ensinava mazurkas.

Cada mez a Vicencia, de capote e lenço, me vinha buscar depois da missa, para ir passar um domingo com a titi. Isidoro Junior, antes de eu sair, examinava-me sempre os ouvidos e as unhas; muitas vezes, mesmo na bacia d’elle, dava-me uma ensaboadella furiosa, chamando-me baixo sebento. Depois trazia-me até á porta, fazia-me uma caricia, tratava-me de seu querido amiguinho, e mandava pela Vicencia os seus respeitos á snr.ª D. Patrocinio das Neves.

Nós moravamos no Campo de Sant’Anna. Ao descer o Chiado, eu parava n’uma loja de estampas, diante do languido quadro d’uma mulher loura, com os peitos nús, recostada n’uma pelle de tigre, e sustentando