logo da titi. Escrevera-lhe uma carta linda, de rachar o coração: a fera não respondera. E, agora, ia mandar para o Jornal de Noticias um annuncio, a pedir uma esmola, assignando «Xavier Godinho, primo do rico commendador G. Godinho.» Queria vêr se D. Patrocinio das Neves deixaria um parente, um Godinho, mendigar assim, publicamente, na pagina d’um jornal.

— Mas é necessario que tu me ajudes, rapaz, que a enterneças! Quando ella lêr o annuncio, conta-lhe esta miseria! Desperta-lhe o brio. Dize-lhe que é uma vergonha vêr morrer ao abandono um parente, um Godinho. Dize-lhe que já se rosna! Olha, se hoje pude tomar um caldo, é que essa rapariga, a Lolita, que está em casa da Benta Bexigosa, nos trouxe ahi quatro corôas... Vê tu a que eu cheguei!

Ergui-me, commovido.

— Conta commigo, Xavier.

— Olha, se tens ahi cinco tostões que te não façam falta, dá-os á Concha.

Dei-lh’os a elle: e sahi, jurando-lhe que ia fallar á titi, solemnemente, em nome dos Godinhos e em nome de Jesus!

Depois do almoço, ao outro dia, a titi, de palito na bocca, e vagarosa, desdobrou o Jornal de Noticias. E decerto achou