Martinho estive! Sabe onde estive? No convento da Encarnação! É verdade, encontrei um condiscipulo meu, que ia lá buscar a irmã. Hoje era festa, a irmã tinha ido passar o dia com uma tia, uma commendadeira... Estivemos á espera, a passear no pateo... A irmã vai casar, elle andou a contar-me do noivo, e do enxoval, e do apaixonada que ella está... Eu morto por me safar, mas com ceremonia do rapaz, que é sobrinho do barão d’Alconchel... E elle zás, zás, a fallar da irmã, e do namoro, e das cartas...

A tia Patrocinio uivou de furor.

— Olha que conversa! Que porcaria de conversa! Que indecente conversa para o pateo d’uma casa de religião! Cala-te, alma perdida, que até devias ter vergonha!... E fique entendendo! Para outra vez que venha a estas horas, não me entra em casa! Fica na rua, como um cão...

Então o dr. Margaride estendeu a mão pacificadora e solemne:

— Está tudo explicado! O nosso Theodorico foi imprudente, mas o sitio onde esteve é respeitavel... E eu conheço o barão d’Alconchel. É um cavalheiro da maior circumspecção, e um dos mais abastados do Alemtejo... Talvez mesmo um dos mais