Justino, que nem gósto d’andar por aquellas ruas, tão tarde... Jesus, que ruas que indecencia, que immoralidade!... Aquelles beccos d’escadinhas, hein?... Eu hontem bem percebi que você ia horrorisado: eu tambem... De sorte que esta manhã estava no oratorio da titi, a rezar pelo meu condiscipulo, a pedir a Nosso Senhor que o ajudasse e que lhe désse algum dinheiro, e vai pareceu-me ouvir uma voz lá de cima da cruz a dizer: «entende-te com o Justino, falla ao nosso Justininho, elle que te dê oito libras para o rapaz...» Fiquei tão agradecido a Nosso Senhor! De modo que aqui venho, Justino, por ordem d’Elle.

O Justino escutava-me, branco como os seus collarinhos, dando estalinhos tristes nos dedos; — depois, em silencio, estendeu-me uma a uma sobre a carteira as oito moedas d’ouro. Assim eu servi a minha Adelia.

Fugaz foi porém a minha gloria!

D’ahi a dias estando no Montanha, regalado, a gozar uma carapinhada — o criado veio avisar-me que uma mocinha trigueira e de chale, a snr.ª Marianna, esperava por mim á esquina... Santo Deus! A Marianna era a criada da Adelia. E corri, a tremer, certo de que a minha bem-amada ficára soffrendo da sua abominavel dôr na sua branca